quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O dia-dia do taxista muriaense


Quem nunca andou de taxi antes? Ser taxista em muriaé não é um trabalho qualquer e sim uma luta diária contra o tempo, a criminalidade, concorrência e outras diversidades.
Conversamos com o taxista Lécio Pena, taxista na cidade há 8 anos. Falamos sobre sua rotina de vida e percebemos muito mais que uma simples reportagem e sim uma historia de vida.
Em nosso bate-papo ele afirma que gosta de sua profissão, um dos motivos é ter a oportunidade de conhecer diferentes tipos de pessoas de diversas classes sociais com histórias diferentes.
Mesmo com tantas objeções que o taxista sofre, ele afirma estar satisfeito com um salário aproximadamente de 1500 reais mensais. Mas para chegar a esse nível é preciso trabalhar muito, na maioria dos finais de semana ele começa a trabalhar na sexta a noite e só desliga o automóvel na segunda de manhã.
O principal problema que o taxista sofre em Muriaé são os constantes assaltos que estão sujeitos diariamente. Lécio afirma ter sido assaltado 3 vezes, a ultima cerca de 5 meses atrás. “É muito ruim a sensação mas graças a Deus nunca me machucaram, só levaram dinheiro e celular”afirma. Quando assaltaram pela ultima vez, um dia antes a mesma quadrilha acabara de matar um taxista, PM aposentado.
Uma das leis que está para ser aprovada pela câmara municipal é a legalização do moto-taxi em Muriaé. Eles poderão circular livremente nas ruas, ato que é proibido em nossa cidade, dificultando ainda mais para os taxistas. Segundo Lécio será de bom proveito a legalização.”Eles também terão que pagar impostos e não poderão circular nas ruas cobrando preços tão baixos”. Diz ele.
Uma viagem da rodoviária até o bairro Safira é cobrado 10 reais enquanto um moto-taxi cobra apenas 3 reais.
Um dos principais preconceitos que o taxista sofre são as constantes viagens que muitos deles fazem levando traficantes e viciados em droga em locais de grande demanda para consumirem a substância. Lécio afirma receber diariamente propostas como esta, mas garante nunca ter ido, pelo contrário, sempre que surge oportunidade ele relata sua experiência que já teve com as drogas e se recuperou em u centro de recuperação na cidade de Matipó (MG). “SE EU RECUPEREI AS PESSOAS TAMBÉM PODEM” diz ele.
É no terminal rodoviário que encontramos a maior concentração de taxista na cidade, um atrás do outro, esperando educadamente sua vez. Lécio diz que há uma amizade entre a classe, porem a rivalidade é sempre visível. Segundo ele, sempre tem aquele profissional que quer levar vantagem sobre o colega de trabalho. Colocando preços mais baixos e difamando o colega de trabalho, porém, é a minoria esse tipo de pessoa.
Para melhorar ainda mais o trabalho, foi criado uma associação de taxistas para fiscalizá-los, Lécio é um dos fiscais.
Já no final da conversa perguntamos a ele; “Se pudesse mudar alguma coisa na profissão, o que mudaria? Ele com uma resposta bem pessoal nos diz:”Deixaria de trabalhar a noite para ficar mais tempo com minha família”.
Essa é parte de uma grande história de vida que conhecemos de um homem que não mede esforços para tirar o sustento de sua família, e percebemos que por traz de um profissional, muitas vezes despercebido pela sociedade, há uma grande história de superação, determinação e coragem, não somente para uma simples reportagem, mas para nossa vida como cidadãos brasileiros.

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