segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dona Xica, a sogra

Imagine uma criançinha chorona, sem graça, recebendo tudo que quer graças a leves gritos, pra ser modesto.
Uma menininha com apenas 5 meses de idade aprendeu a andar, você deve estar imaginando; “Que garotinha esperta!”, Não, devido tamanha chatice ninguém queria pega-la no colo, por isso tinha que se virar sozinha.
Quando entrou para o colegial, um de seus apelidos era, espalha montinho, onde chegava as pessoas iam cada uma para um lado.
Sempre fazendo seus trabalhos sozinhos, Francisca Madalena Otenório se destacava em suas exatas conclusões que defendia sempre.
Em um belo dia, Francisca conheceu um caminhoneiro que passou por engano em sua pequena cidade, eles se conheceram e casaram. Deve estar perguntando, como ela conseguiu essa façanha? Nem eu sei.
Depois de 20 anos casada, finalmente eles tiveram um bebê, uma menina linda, que com o decorrer dos anos se tornou uma linda Mulher.
É Nessa parte que eu entro na história. Eu conheci Bianca na Faculdade, era estudante de Psicologia, muito observadora, calma, passiva, muito inteligente... Enfim, se eu for descrever as qualidades de Bianca escreveria um livro.
Começamos a namorar e no mesmo dia ela me disse; Você me ama de verdade? Imediatamente eu respondi, - Claro meu amor.
-Então quero que conheça uma pessoa, minha mãe. Eu, sem saber o que estava me esperando concordei imediatamente, até hoje não sei se fiz o certo, Conhecer aquela mulher que infelizmente era minha sogra.
Chegamos em sua casa, Bianca chamou sua mãe, dizendo;
-Mãe, ele chegou.
Der repente, aparece uma mulher aparentando ter uns 150 anos, 250 kilos, uma pinta na ponta de seu imenso nariz, um avental amarrado. Ela olhou bem pra mim e me disse;- O que você quer com minha filha seu moleque?
- Quero me casar com ela, respondir em alto e bom som.
A partir daí, a velha só me perseguia, eu costumava dizer que em seu velório enterraria de cabeça para baixo, se caso estivesse viva, para terra não voltaria, ou como ela usava dentadura,poderia dar uma para ela mas com apenas dois dentes, Um pra doer dia e noite, outro para abrir garrafa.
A velha era insuportável, e uma das coisas que mais me preocupava, era quando as pessoas diziam que a filha quando casa se torna como a mãe. Eu não conseguia imaginar Bianca, uma garota linda parecendo com sua mãe.
Os anos se passaram e chega o grande dia, não é o funeral da vellha, mas era meu casamento, o dia que Bianca sairia de casa pra morar comigo, mas foi o dia que eu parei para repensar um pouco sobre Dona Xica. Na cerimônia percebir seu olhar para sua filha com lagrimas escorrendo pelo seu rosto de felicidade, lagrimas de dever cumprido. E nos cumprimentos foi a primeira a apertar a minha mão, mas apertar mesmo. Olhou dentro dos meus olhos e disse; - Faça minha menininha feliz rapaz! Só então eu pude perceber o verdadeiro sentimento que aquela mulher tinha. Um amor enorme por sua filha que mesmo com seus costumes digamos que nada comum, educou Bianca da melhor maneira possível fazendo de sua filha uma mulher fantástica, então quando lembrava daquela velha frase que falam quando a filha se casa fica semelhante a mãe , já não me importava tanto, se Bianca for assim com sua filha cuidadosa e dedicada como sua mãe sempre foi, ficarei muito feliz.

Uma homenagem a todas as sogras!!!!

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